Esses
dias conversava com uma amiga (Mari, querida) sobre os contratos que
firmamos em nossos relacionamentos. Não falávamos daqueles
redigidos e anunciados, mas sim daqueles implícitos, aqueles em que
as partes agem de determinada maneira, ou assumem diferentes funções
ou papéis, sem mesmo terem conversado e/ou exposto o que pensam e
sentem sobre tal assunto.
Falávamos
dos maridos e da dinâmica dos nosso relacionamentos.
Durante
a conversa me lembrei de um monologo – A Alma Imoral - que assisti
tempos atras em que a atriz abordava este assunto. Falava sobre os
tais contratos e como o desacordo de uma das partes em relação a
estes (não) contratos podem ocasionar uma crise no relacionamento.
Quando um decide agir de forma diferente da (não) estipulada a outra
parte se sente traída de alguma maneira.
Depois
que a Mari saiu de casa fiquei pensando em quantos contratos firmamos
com nossas crianças e o quanto elas confiam e dependem do
cumprimento destes contratos, alguns com menos importância que
outros.
Acontece,
porem, que relacionamentos são vivos e nada permanece
(principalmente com esses seres que crescem e mudam em velocidade
astronômica). A maneira que agimos hoje pode já não ser a melhor
amanhã, e ao lidar com esses pequenos a coisa se torne mais dinâmica
ainda. Logo, a todo momento mudamos os contratos e eles ficam ali,
resistentes a estas mudanças, afinal, agora que tava tudo dando
certo, né?
"Ontem
minha mãe me dava de mamar antes de dormir (e eu dormia no peito),
hoje ela me dá papinha e quer que eu durma sozinho, no breço???
Traição!!!"
"Antes
eles comemoravam quando eu arrotava e agora me dizem que isso não se
faz??"
Enfim,
são muitos os exemplos, alguns mais banais que outros e aprender a
lidar com essas frustrações é parte importante do crescimento de
nossos filhos.
Difícil
mesmo é não ceder (ou se unir) aos apelos, lagrimas e soluços
desses pequenos tão "traídos".
E você? Sente culpa ao romper com estes contratos com seus filhos?
E você? Sente culpa ao romper com estes contratos com seus filhos?
Adorei, Ligia. Como sempre, vc escreve bem e toca em assuntos muito importantes com delicadeza. Vejo que os pais sofrem mais que os filhos para sustentar as mudanças e acabam usando subterfúgios para evitarem assumir isto, " já tentei( seja o que for), mas ela (a criança) continua (seja o que for)". Falta coragem de assumir o papel de educar que, muitas vezes implica em ensinar a enfrentar e superar frustrações e mudanças. Gostaria que todos os pais lessem o que vc colocou e pensassem nisso, sem resistências.
ResponderExcluirCom o Léo crescendo rapidamente vira e mexe me pego pensando nisso... ontem mesmo ele deu um choramingo no berço e ficamos esperando antes de atender - antes era um barulhinho e lá estavam papai e mamãe preocupado com o que ele tinha... não consigo deixar chorando, mesmo que não atenda imediatamente a qualquer resmungo justamente porque penso nesta "traição" mas explico que nem sempre será como ele quer... embora já tenha sido. Complicada mesmo esta questão...
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