quinta-feira, 27 de junho de 2013

Voltar ao trabalho?



Quando eu engravidei da Oli a decisão de deixar de trabalhar por um tempo foi fácil. Eu mudava de cidade e por isso pedia demissão. Daí a esperar uns meses a mais antes de recomeçar foi um pulo. Voltei a trabalhar quando ela estava prestes a completar um ano.
Ela estava naquela fase de andar se pendurando nos dedos das pessoas, se segurando na mesa, sofá... Um dia minha mãe e minha sogra estavam em casa, e ao voltar do trabalho, ainda no carro com o Adri, ele me contou:
- A Oli andou!

Comecei a chorar. Sabia que não poderia participar de todos os momentos da pequena, mas ainda assim fiquei muito triste. Logo descobri que o andar que rolou naquele dia foi um meio passo pra passar da mesa de centro ao sofá. Ainda demorou mais de mês até que ela descobrisse que conseguia andar sem nosso apoio. E eu estava lá naquele dia. (ufa!)

Quando engravidei do Manu não tinha duvidas de que voltaria ao trabalho após o fim da licença. Mas a verdade é que quando o pequeno estava em casa eu comecei a repensar essa minha posição. Descobri também que estava pronta para iniciar uma mudança na minha carreira, que vinha ensaiando há tempos. Além de tudo teria que encontrar alguém para ajudar com o pequeno quando eu não estivesse. Juntando tudo tomei a (desta vez difícil) decisão. Nesta nova etapa terei horário mais flexíveis (pelo menos a principio) e vou poder curtir bastante esses pequenos.

Há dias vejo a Oli ensaiando um pulo. Ela queria saltar e tirar os dois pés do chão ao mesmo tempo. Não sei da onde veio essa vontade, só sei que ela parava em frente ao espelho e pulava, pulava. Usava os braços para dar impulso, desequilibrava, pisava para frente e nada de conseguir. Não desistiu.
A cada boa noticia (“Oli, vamos ver a vovó?”) ela comemorava com esse pulo meio torto e procurava um espelho, janela, em que pudesse se ver.
Ontem ela conseguiu.
Combinamos de fazer muffins para a festa junina da escola e ela se pôs a pular. A cada pulo parecia que o chão ia furar, tamanha a força que ela usava, fazia um barulhão. E ela ria vendo seu reflexo no armário da cozinha.
Foi uma delicia. A felicidade e o orgulho pelo feito estampados em um sorrisão lindo.

Sei que não posso (e nem devo) acompanhar todas as conquistas deles, mas poder ver esses baixinhos crescendo e se descobrindo é de uma riqueza tão grande que uns dias, ou meses, sem um trabalho de carteira assinada são extremamente gratificantes.

E você? Deixou o trabalho, voltou? Como foi?

3 comentários:

  1. não voltei não! Uns dias mais pesados - me perguntando o porque desta escolha - outros bem recompensados - me emocionando com momentos que sei que não voltam nunca - vão dando o balanço da minha nova vida. Comecei a fazer coisas das quais nunca me achei capaz (manejar um forno, fazer glacê e estudar decoração de festas)e me sinto mais feliz do que achei que poderia me sentir! Sei que o momento em que deverei me afastar, para que elas descubram coisas sozinhas, chegará, mas até lá eu estarei curtindo cada segundinho das dores e delícias dessa função! ;)

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  2. Pois bem, difícil decisão mesmo, também era professora em escola bilingue e sentia que era uma "tia" muita amada pelas crianças, pela direção e pelos pais. Mas a decisão foi rápida, queria cuidar do meu filho, me dedicar, daria um tempo para cuidar dos filhos alheios... A ocasião me permitia e foi o que fiz, feliz e orgulhosa.
    Hoje mãe de 3 filhos já adultos vejo como fui sábia e privilegiada podendo cuidar deles. Sei que muitos não podem ter este privilégio, mas caso possam ... aproveitem, o tempo voa e o mercado de trabalho estará de braços abertos esperando quem queira trabalhar, mesmo que você mude de área e se adapte aos tempos que virão. Foi o que fiz, hoje trabalho em casa, me realizo, ganho meu dinheiro e tenho meus filhos adultos felizes, equilibrados e meus melhores amigos.

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  3. Que fofo esse post! E o comentário da "Veri" é lindo tbm !! Não tem dinheiro que pague essa felicidade e oportunidade de poder acompanhar de pertinho o crescimento de um filho! Acho que esse tema é o maior dilema na vida das mulheres hoje em dia.... Todas nós buscamos a felicidade e queremos nos resolver profissionalmente , afinal, o trabalho tbm nos faz crescer. Mas acho que qnd chega a hora de ter um filhinho, a cabeça deve mudar muito e outras coisas na vida viram prioridade ! Fico só pensando como vai ser qnd for minha vez !!! Hehe.... !! Acho que pra cada pessoa é uma historia diferente, o importante é decidir e seguir em frente !! Até rimou !! E bora ser feliz que a VIDA é boa demais, ainda mais com essas delicinhas !!
    Obs: comprei o livro que vc falou "Crianças francesas não fazem manha", estou adorando !!
    Obs 2: não comentei o post anterior mas quero deixar registrado que meus irmãos são os melhores presentes que meus pais e a VIDA puderam me dar ! AMo demais eles ! Nossa infância foi maravilhosa! Brincávamos, brigávamos, as vezes de arrancar os cabelos... Kkkk, mas foi uma infância deliciosa!

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